BRITO, Gilmário Moreira. Inter-relações em linguagem oral, escrita, gestual e visual na literatura de folhetos religiosos. In: Culturas e linguagens em folhetos religiosos do Nordeste. São Paulo: Annablume, 2009. 234p.
Ø Autor busca “compreender como inter-relações de linguagens orais, escritas, gestuais e visuais, presentes em textos de folhetos religiosos contribuíram na construção de culturas religiosas no Nordeste do Brasil” (p.189)
Ø O estudo de imagens de capas de folhetos implica nas interconexões visual/escrita, imagem/letra (p.189)
Ø Capítulo destinado à produção bibliográfica sobre a iconografia e, principalmente, a xilogravura, atentando para as possibilidades de aprender como a produção de uma linguagem visual da capa se relaciona com o despertar de uma sensibilidade que permite “reelaborações de imagens, gestos, poesias e imaginários religiosos” (p.189)
Ø “Gravura enquanto possibilidade de leitura visual, de grupos populares do nordeste” (p190)
Ø Orlando da Costa Ferreira: pesquisador do trabalho desenvolvido por xilógrafos, talhodocistas e litógrafos brasileiros do século XIX, além de artesãos, técnicos e artistas. (p.190)
Ø (...) ”gravura é um condutor de imagens, uma matriz criada a partir de uma placa ou prancha de material dotado de certa plasticidade, que transmite ao papel, mediante pressão, as linhas ou zonas que formam a imagem desejada. Essa imagem integral e autônoma, aderente ao papel, também denominada de estampa, foi criada para ser reproduzida várias vezes” (p.190)
Ø Gravura serviu como o primeiro suporte técnico a um processo de reprodução de imagens. (p191)
Ø Gravura: uma linguagem produzida que, ao ser reproduzida, incorpora experiências ativas que o gravador estabelece com seu público. (p191)
Ø Processo de produção e transmissão do cordel se assemelha ao cinema em sua fase inicial. (p191)
Ø Maria Angélica Melendi diz: “...a visão jamais é pura visão (...) há sempre um voz que diz como ver” (p.191) (dialogando com Foucault)
Ø Literatura de folhetos influenciou grandes romancistas brasileiros e, também, o cinema novo. (p.193)
Ø Leitura de um cordel é um ritual que se realiza através de uma leitura coletiva, onde nem sempre o comprador é o leitor. (p.193)
Ø Segundo Ferreira a gravura popular visa apenas a comunicação, diferente da erudita que apresenta planos artísticos e documentais. (p.194)
Ø Estampa popular presente em cerimônias religiosas. Transmissão de fé através da memória visual. (p.195)
Ø Gravuras de santos frequentemente produzidas por artistas eruditos que se vestiam de gravador popular. (p.195)
Ø “Se por um lado, a xilogravura é produzida por um artesão em diálogo e troca de experiências com seu público, ela é, quase sempre, transmitida a sujeitos possibilitando leituras individuais e principalmente coletivas, valendo lembrar que o cinema é produzido coletivamente para ser consumido, necessariamente, por uma coletividade” (p.196)
Ø Primeiro livro ilustrado com xilogravura: De Vita Christi por volta de 1495. Gradativamente os xilógrafos deixaram de ser exclusividade dos livros passando a se tornar populares nos folhetos. (p.197)
Ø Romances populares com grande divulgação na Europa chegam ao Brasil em 1815 impressos pela Imprensa Régia. Apresentavam xilogravura na folha de rosto “que nada parece ter herdado das antigas oficinas europeias” (p.197-198)
Ø Literatura popular assume forma de folheto acompanhado da xilogravura de rude corte. (p.199)
Ø Entre 1866 e 1900 havia nove tipografias nas pequenas cidades de Pernambuco. (p.199)
Ø Cabeçalhos de jornais e capas de folhetos denominados grosseiros e caricatos. (p.200)
Ø Cordel nordestino como continuidade do folheto de feira português. (p200)
Ø Xilogravura inicialmente conhecida através da utilização pelas missões religiosa, traduzidas em folhas volantes. (p.201)
Ø Imagens religiosas trazidas pelas missões religiosas foram sendo incorporadas aos artistas brasileiros. Essa reelaboração das imagens religiosas ultrapassou a mera cópia ”parece que tudo começou de novo” (p.201)
Ø Literatura popular possibilita processos contínuos de reelaborações e incorporações. (p.202)
Ø Ao articular sons e desenhar traços, os sujeitos compõem imagens que constituem outro texto, contaminando e modificando a escrita. (p.202)
Ø Análise da capa do folheto: Novena a Santa Rita de Cássia (p.203)
Ø Análise da capa do folheto: Novena em honra a Nossa Senhora das Dores (p.204)
Ø Análise da capa do folheto: Ofício da Imaculada Conceição (p.206)
Ø Análise da capa do folheto: Só meu deus e mais ninguém (p.207)
Ø Análise da capa do folheto: Discussão de Manoel Camilo com um protestante (p.210)
Ø Análise da capa do folheto: Discussão de um católico com um protestante (p.212)