Não foram encontrados os dados do xilografo. Imagem disponível em http://marcosnogueira-2.blogspot.com/2011/01/os-cangaceiros-de-verdade.html.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Sistematização: A CULTURA ESCRITA DO LEITOR/OUVINTE Ana Galvão

  • O capítulo começa com alguns questionamentos: “Os leitores /ouvintes tinham outras experiências de leitura?”, “Que experiências eram essas?”, “Como essas pessoas com pouca ou nenhuma escolarização se inseriam em culturas marcadas pela escrita?”, “Que níveis de letramento apresentavam os sujeitos que ela entrevistou?”.
  • A autora utiliza o conceito de letramento de Magda Soares para tentar compreender as diferenciações apresentadas pelos sujeitos da pesquisa. “Letramento é o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter se apropriado da escrita”.
  • Sujeitos da pesquisa: moradores do recife e Paraíba, nascidos entre 1910 e 1932, sendo três analfabetos, três pouco escolarizados (até um ano de escola) e três escolarizados (até cinco anos de escola).
  • Na trajetória de todos eles, o folheto foi o objeto de leitura ou audição mais presente. Quatro deles não tiveram outras experiências de leitura ou audição.
  • O que influenciou que esses sujeitos tivessem maior ou menor contato com outras leituras?
o   A alfabetização inicial
o   Os níveis de inserção na vida urbana
o   Gênero (os espaços de sociabilidade da mulher eram restritos)
o   Profissão (fora do lar existia maior possibilidade de letramento)
  • Como se davam os processos de inserção na cultura escrita?
o   No processo de alfabetização:
§  Cartilhas, livros didáticos e carta de ABC (Jõao Martins de Ataíde, um dos principais editores de folhetos, foi alfabetizado com a carta de ABC)
o   No espaço urbano:
§  Em recife: (menor taxa de analfabetos) havia uma maior possibilidade de contato com jornais, revistas além de uma grande movimentação em torno da produção cultural (teatro, cinema).
§  Em Pernambuco: (maior taxa analfabetos) a circulação de impressos era restrita. O impresso estava mais presente nas cerimônias religiosas ( breviários, livros de missas, livro de orações)
§  Os folhetos eram mais ouvidos do que lidos
Citação p. 122

o   O papel do cinema
§  No período estudado o cinema era bastante presente no cotidiano da cidade e para todas as camadas sociais
§  A referência ao cinema estava praticamente em todas as entrevistas realizadas
§  Zé moreno destaca o cinema como seu principal professor. Ele tinha chegado a completar a cartilha do ABC, mas a legenda o fazia ser mais fluente na leitura.
o    O papel da literatura popular
§  Além dos folhetos de cordel, outros impressos populares foram citados: quadrinhos, romances policiais (Zé moreno diz que após comprar e ler ele trocava na banca por outro) e almanaques.
§  Revistas se liam pouco (uma entrevistada revelou que só teve acesso à revista depois do casamento através da mediação do marido.


  • Considerações finais:
  • Existe uma série de fatores que influenciam os modos de inserção no mundo letrado. Zé moreno, apesar de ter passado menos de um ano na escola, é um leitor fluente, pois utilizou outras vias para praticar a leitura, como o cinema, os romances, quadrinhos, etc., através da experiência urbana

Nenhum comentário:

Postar um comentário